COOPERA + MT: Agroindustrialização de MT passa pelo cooperativismo 

Potencial de expansão das cooperativas em MT foi ponto central de palestra magna com Frederico Azevedo (Sistema OCB/MT) e Tania Zanella (Sistema OCB)

O papel e as potencialidades de expansão do sistema cooperativista na economia mato-grossense deram o norte da segunda palestra magna do Cooperar + MT, evento realizado na terça (23) em Cuiabá. O painel reuniu Frederico Azevedo, superintendente do Sistema OCB/MT, e Tânia Zanella, superintendente do Sistema OCB nacional, num diálogo repleto de insights e dicas para quem quer empreender de forma cooperativa. 

Azevedo destacou o papel de Mato Grosso e sua importância como estado pujante, que carrega em si várias oportunidades para o cooperativismo. Entre elas, o executivo chamou atenção para o poder que as cooperativas têm de incentivar a economia de escala. O uso de tecnologia para o desenvolvimento da inovação nas empresas e o acesso a novos mercados também foram citados. 

O superintendente trouxe projeções que mostram que, até 2050, 49% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial estará no sudeste da Ásia. “Mato Grosso não pode mais ficar vinculado a um país, e isso depende cada vez mais de cadeias produtivas e entidades fortes, para que haja expansão e atendimento a outros mercados. O modelo cooperativista potencializa ainda mais esse caminho”, ressaltou.

Azevedo também destacou o cuidado que cada cooperativa deve ter com seu negócio e o olhar atento às janelas de oportunidades que estão se abrindo nas cadeias produtivas de soja, algodão e milho, entre outras. Não se trata apenas de expansão em volume, mas principalmente da industrialização de commodities – um processo que tem se intensificado no estado. “Precisamos ficar atentos porque há como agregar valor ao agro de forma a fortalecermos a parceria entre as cooperativas. Só a produção primária não vai trazer mais sustentabilidade ao setor”, frisou. 

Mercados mais próximos como Chile, Argentina, Paraguai e Colômbia também foram destacados como de interesse, principalmente nos dias atuais, em que a logística estadual tem sido aprimorada. Outros aspectos foram citados por Azevedo como impulsionadores de oportunidades para as cooperativas: os avanços com a nova reforma tributária, a pulverização de recursos no sistema cooperativista e a necessidade que o mercado tem sinalizado quanto à diversificação de culturas agropecuárias. 

Já a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, destacou governança e gestão como o DNA do sistema cooperativista brasileiro, chamando a atenção para que os conselheiros estejam mais próximos das discussões, participando no desenvolvimento de estratégias em suas cooperativas. “É preciso estar cada vez mais alinhado para que cada um de vocês possa posicionar sua cooperativa como forte concorrente no seu setor de atuação”, convidou.

O fato de o sistema cooperativista brasileiro abranger 27 milhões de brasileiros levou a superintendente a destacar a importância do setor ter sua própria representação política. Um exemplo dessa necessidade ocorreu recentemente com as discussões no Congresso Nacional sobre a reforma tributária. 

“Foi uma luta necessária. Em 45 dias, o setor se mobilizou para defender mudanças significativas no texto da reforma tributária, e conseguimos. A versão anterior trazia imensas perdas às cooperativas, inclusive com bitributação, e a mobilização política contribuiu para essa conquista”, citou a executiva. 

Fomento à cultura do cooperativismo, necessidade de planejamento para a sucessão e formação de lideranças nas cooperativas e no sistema cooperativista foram citados pela superintendente como algumas das estratégias fundamentais para o setor. Para referendar sua fala, Tania Zanella destacou o portfólio de soluções do Sistema OCB, mostrando que, para cada demanda, há um serviço ou produto voltado para apoiar e incentivar a atuação das cooperativas. 

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